Batalha da Inglaterra 70 Anos
Filme: Batalha da Inglaterra
"Battle of Britain"
(1969)
Existe
um filme que possa ser considerado referência quando o assunto é a
Batalha da Inglaterra?
A resposta é sim, este filme existe e foi lançado na Inglaterra em 1969, com o titulo original "Battle of Britain".
Em meados do anos 60, o produtor de cinema Benjamin Fisz, passeava por um dos muitos parques de Londres e começou a observar um Spitfire que ensaiava acrobacias para um desfile aéreo.
Fisz, nascido na Polônia e radicado na Inglaterra desde a adolescência, relembrou os tempos da Segunda Guerra, em que fora piloto em um esquadrão polonês da RAF. O governo polonês exilado em Londres concedeu-lhe várias medalhas em reconhecimento pela sua coragem.
A lembrança dos tempos heróicos, fez nascer a idéia de um filme que retratasse com a máxima fidelidade as vinte semanas de combate da célebre batalha aérea que foi um dos marcos histórico da Segunda Guerra, por demonstrar ao mundo que Hitler não era invencível e que a Inglaterra era um inimigo difícil de ser batido e não se curvaria tão facilmente ao III Reich.
Projeto na mão, iniciou a busca de recursos. Para sua felicidade, obteve o interesse e apoio tanto do governo Britânico como do governo Espanhol.
A Força Aérea Espanhola forneceu, tripulações, equipes de manutenção e várias aeronaves de projeto alemão fabricadas sob licença naquele país:
Casa C-2111 (versão do Bombardeiro bimotor Heinkel 111);
Casa C-352 (versão do Transporte bimotor Junkers 52);
Hispano HA 1112-M1L "Buchón"
(versão do Caça Messerschmitt BF 109).
Estes, por sinal, iriam virar sucata.
Foram vendidos pelo governo espanhol para a Spitfire Productions.
A RAF cedeu, sob empréstimo, alguns Hurricanes e vários Spitfires.
Os Spitfires eram de variadas versões, todas posteriores às utilizadas na Batalha da Inglaterra, sendo necessário modificá-los a fim de uniformizá-los para uma versão, assim por dizer, "genérica".
Ainda na Espanha, os Buchóns sofreram um processo semelhante, com modificações estruturais, pinturas e marcações de época, com o objetivo de tornarem-nos semelhantes aos BF 109 alemães. Convém salientar que, os Buchóns (Pombos, em espanhol), eram assim apelidados por possuírem um "peito protuberante", devido ao fato de serem equipados com motores ingleses Rolls Royce Merlin 500-45 no lugar dos originais de projeto Daimler Benz DB 605 alemães. No filme, é possível para quem já viu um BF 109, observar esta diferença, apesar dos disfarces aplicados.
Para desempenhar o papel dos lendários bombardeiros de mergulho Stuka, a criativa solução foi modificar treinadores ingleses Percival Proctor, inclusive alterando suas asas para o padrão "asa-de-gaivota", num excelente trabalho de transformação, proporcionando imagens bastante realistas na película. Estas aeronaves-réplica, com 3/4 de tamanho do Stuka original, foram carinhosamente batizadas de "Proctukas", pela produção.
Também foi utilizado um bombardeiro norte-americano B-25J Mitchell, para levar cinegrafistas e suas câmeras nas tomadas de cenas aéreas. Este avião, apelidado "Monstro Psicodélico" foi providencialmente pintado em cores berrantes (verde, laranja e amarelo), com o objetivo de aumentar a sua visibilidade para os pilotos do lado "inglês" e também do lado "alemão".
Como principais consultores técnicos, a produção do filme contratou dois pilotos que haviam lutado, em lados opostos, na Batalha da Inglaterra: O alemão Adolf Galland e o inglês Robert Stanford Tuck.
As cenas aéreas foram filmadas, principalmente, a partir dos aeroportos de Tablada, na Espanha e Tuxford, na Inglaterra, sendo os aviões do "Eixo" manejados por pilotos espanhóis e os aviões da "RAF" por pilotos ingleses.
O resultado desse magnífico esforço e dos 12 milhões de dólares investidos, foi uma superprodução muito bem feita (para a época), que retrata com bastante fidelidade a Batalha da Inglaterra, mostrando o conflito sob vários ângulos: Os alemães, inicialmente cheios de auto-confiança, após expulsarem os ingleses da França; Os pilotos ingleses, exigidos ao máximo, muitos deles inexperientes e em fase de treinamento; As estações de radar e seus operadores, grande parte deles mulheres, desempenhando seu papel com calma e coragem; A população de Londres, massacrada dia após dia pela Blitzkrieg; A tensão e a angústia que os pilotos de ambos os lados experimentavam antes durante e após os combates; O placar diário de aviões derrubados, na contagem, tanto da RAF (transmitida pela BBC, como se fosse o score de uma partida de football aos empolgados Londrinos) como da Luftwaffe.
As cenas de combate aéreo, são empolgantes.
A fita consegue prender a atenção, tanto de entusiastas da Segunda Guerra, entusiastas de aviação como para o público em geral e sua produção acabou contribuindo para preservar várias aeronaves, incluindo um raro exemplar de Spitfire Mk II que estava sendo usado como monumento decorativo na entrada da Base Aérea da RAF em Colerne.
Curiosidades:
Na mensagem ao final do filme, no reconhecimento à contribuição dos pilotos de fora do Reino Unido uma série de detalhes estão errados: É mencionado um piloto de Israel, um país que não existia até 1947 (Na verdade ele era da Palestina, sob mandato britânico). Também não há qualquer menção aos dois pilotos jamaicanos que tomaram parte na batalha, além de um egípcio e um austríaco. Também esqueceram dos pobres italianos que lutaram e tombaram, com suas aeronaves obsoletas, nas operações em que a Régia Aeronáutica de Benito Mussolini tomou parte, apoiando a Luftwaffe.
Os aviões espanhóis eram todos equipados com motores Rolls-Royce Merlin ingleses. Assim, praticamente todos os aviões do filme, tanto britânicos como alemães, utilizavam o mesmo motor.
Depois do filme, um AH-1112 foi doado ao Luftwaffenmuseum der Bundeswehr (Museu da Força Aérea Alemã), e convertido para o padrão Messerschmitt Bf 109 G-2, com as insígnias do Ás alemão Gustav Rödel.
Modelos grandes de aeronaves rádio-controladas foram utilizados nas filmagens, para aumentar o número de bombardeiros de mergulho Ju 87 Stuka, durante os ataques às estações de radar. Vários aeromodelos de Heinkel He 111 também foram construídos e serviram para retratar a cena de bombardeiros sendo abatidos sobre o Canal da Mancha.
Mais de 60% dos aviões do Comando de Caça da RAF durante a Batalha da Grã-Bretanha eram Hawker Hurricanes. Devido à falta de Hurricanes em condições de vôo, a maior parte das cenas de combate foi realizada com o Supermarine Spitfire. Durante a batalha real, sempre que possível, esquadrões voando Spitfire cuidavam dos caças alemães de escolta, enquanto os Hurricanes atacavam os bombardeiros.
Os produtores conseguiram autorização da RAF, para que um hangar "Belfast", remanescente da Primeira Guerra Mundial, na Base Aérea de Duxford fosse dinamitado e explodido especialmente para uma das seqüências do filme.
Em 2005 o filme foi lançado em DVD no mercado brasileiro, com o exótico título (para dizer o mínimo) "A Batalha Britânica" (?). Um descuido, pois o filme já vinha sendo exibido nos cinemas brasileiros desde 1969 com o título (correto) "Batalha da Inglaterra".
O grande número de aeronaves reunidas para a produção, fez com que a frota do filme fosse considerada a "35º maior força aérea de combate do mundo", à época.
A maioria dos figurantes nas cenas filmadas em East London e na estação de metrô Aldwich eram realmente sobreviventes da Blitz. Alguns dos extras tiveram que ser retirados porque as cenas eram "muito reais" e "trouxeram de volta memórias dolorosas".
Os Spitfires, Hurricanes, Messerschmitts e Heinkels foram repintados em cores autênticas de 1940, e ficaram tão bem camuflados que não podiam ser vistos contra o solo ou o céu. A maioria das cenas aéreas foi filmada com nuvens ao fundo, pois somente assim os aviões poderiam ser vistos.
O especialista em efeitos especiais americano John P. Fulton iria fazer os efeitos especiais para o filme. No entanto, ele morreu na Inglaterra antes do início das filmagens.
Na Batalha da Inglaterra real, outros aviões alemães foram utilizados, principalmente os caças pesados Messerschmitt 110 e bombardeiros Dornier 17 e Junkers 88. Na hora de realizar o filme, não foi possível obter exemplares em condições de vôo dessas aeronaves.
Um livro sobre a realização do filme (Battle of Britain: The Making of a Film), em capa dura e em brochura, escrita por Leonard Mosley, foi publicado em 1969.
Ficha Técnica
Battle of Britain (Inglaterra, 1969) - Batalha da Inglaterra (BR)
Gênero: Guerra, Drama, Ação
Duração: 133 min. / cor (Technicolor)
Diretor: Guy Hamilton
Roteiristas: James Kennaway e Wilfred Greatorex
Produtores: Benjamin Fisz, John Palmer e Harry Saltzman
Trilha Sonora: Ron Goodwin
Elenco:
Commonwealth
Laurence Olivier (Marechal do Ar Sir Hugh Dowding)
Trevor Howard (Vice-Marechal do Ar Sir Keith Park)
Patrick Wymark (Vice-Marechal do Ar Leigh-Mallory)
Christopher Plummer (Lider de Esquadrão Colin Harvey)
Michael Caine (Líder do Esquadrão Canfield)
Ralph Richardson (Embaixador britânico na Suíça)
Robert Shaw (um anônimo Comandante de esquadrão, com a alcunha "capitão" ou "Rabbit Leader")
Susannah York (Oficial de Seção Maggie Harvey, esposa de Colin Harvey)
Ian McShane (Sargento-Piloto Andy)
Kenneth More (Capitão de Grupo Barker, comandante da Estação de Duxford RAF)
Edward Fox (Oficial-Piloto Archie)
Michael Redgrave (Vice-Marechal do Ar Evill)
Alemanha
Curd Jürgens (Barão von Richter, na verdade, ministro das Relações Exteriores Joachim von Ribbentrop)
Hein Riess (Reichsmarschall Hermann Göring)
Manfred Reddemann (Major Falke, um devorador de charutos inspirado no Ás Adolf Galland
Wilfried von Aacken (Gen. Osterkamp)
Karl-Otto Alberty (Gen. Jeschonnek)
Helmut Kircher (Boehm)
Alexander Allerson (Major Brandt)
Paul Neuhaus (Major Boehm)
Dietrich Frauboes (Marechal de Campo Milch)
Malte Pretzel (Coronel Beppo Schmidt)
Alf Jungermann (Navegador do Major Brandt)
Peter Hager (Marechal Albert Kesselring)
Wolf Harnisch (General Fink)
Rolf Stiefel (Adolf Hitler)
Citação:
"Hitler sabe que terá de nos vencer nesta ilha ou perderá a guerra. Se nós conseguirmos resistir a ele, toda a Europa poderá se libertar e a vida no mundo inteiro poderá progredir para situações mais amplas e ensolaradas. Mas, se fracassarmos, o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos, incluindo tudo o que conhecemos e que nos é importante, afundará no abismo de uma nova era de trevas, transformada em algo mais sinistro e talvez até mais desesperado, pelas luzes de uma ciência pervertida. Por esse motivo, vamos aceitar nossos deveres e nos preparar para que, se o Império Britânico e a sua Commonwealth conseguirem existir por mais mil anos, os homens continuem afirmando: - Este foi o seu momento de glória."
Winston Churchill, em seu célebre discurso "Finest Hour", Câmara dos Lordes, Londres, 18 de Junho de 1940.
Vídeo:
Lider de Esquadrão Polonês da RAF, advertindo seus comandados:
- Never! Repeat, never to be used private polish chit-chat!
(Trad: Nunca! Repito, nunca fiquem de bate-papo particular em polonês !)
Assista uma parte do filme.
(Abrindo essa, você terá acesso às demais).
A resposta é sim, este filme existe e foi lançado na Inglaterra em 1969, com o titulo original "Battle of Britain".
Em meados do anos 60, o produtor de cinema Benjamin Fisz, passeava por um dos muitos parques de Londres e começou a observar um Spitfire que ensaiava acrobacias para um desfile aéreo.
Fisz, nascido na Polônia e radicado na Inglaterra desde a adolescência, relembrou os tempos da Segunda Guerra, em que fora piloto em um esquadrão polonês da RAF. O governo polonês exilado em Londres concedeu-lhe várias medalhas em reconhecimento pela sua coragem.
A lembrança dos tempos heróicos, fez nascer a idéia de um filme que retratasse com a máxima fidelidade as vinte semanas de combate da célebre batalha aérea que foi um dos marcos histórico da Segunda Guerra, por demonstrar ao mundo que Hitler não era invencível e que a Inglaterra era um inimigo difícil de ser batido e não se curvaria tão facilmente ao III Reich.
Projeto na mão, iniciou a busca de recursos. Para sua felicidade, obteve o interesse e apoio tanto do governo Britânico como do governo Espanhol.
A Força Aérea Espanhola forneceu, tripulações, equipes de manutenção e várias aeronaves de projeto alemão fabricadas sob licença naquele país:
Casa C-2111 (versão do Bombardeiro bimotor Heinkel 111);
Casa C-352 (versão do Transporte bimotor Junkers 52);
Hispano HA 1112-M1L "Buchón"
(versão do Caça Messerschmitt BF 109).
Estes, por sinal, iriam virar sucata.
Foram vendidos pelo governo espanhol para a Spitfire Productions.
A RAF cedeu, sob empréstimo, alguns Hurricanes e vários Spitfires.
Os Spitfires eram de variadas versões, todas posteriores às utilizadas na Batalha da Inglaterra, sendo necessário modificá-los a fim de uniformizá-los para uma versão, assim por dizer, "genérica".
Ainda na Espanha, os Buchóns sofreram um processo semelhante, com modificações estruturais, pinturas e marcações de época, com o objetivo de tornarem-nos semelhantes aos BF 109 alemães. Convém salientar que, os Buchóns (Pombos, em espanhol), eram assim apelidados por possuírem um "peito protuberante", devido ao fato de serem equipados com motores ingleses Rolls Royce Merlin 500-45 no lugar dos originais de projeto Daimler Benz DB 605 alemães. No filme, é possível para quem já viu um BF 109, observar esta diferença, apesar dos disfarces aplicados.
Para desempenhar o papel dos lendários bombardeiros de mergulho Stuka, a criativa solução foi modificar treinadores ingleses Percival Proctor, inclusive alterando suas asas para o padrão "asa-de-gaivota", num excelente trabalho de transformação, proporcionando imagens bastante realistas na película. Estas aeronaves-réplica, com 3/4 de tamanho do Stuka original, foram carinhosamente batizadas de "Proctukas", pela produção.
Também foi utilizado um bombardeiro norte-americano B-25J Mitchell, para levar cinegrafistas e suas câmeras nas tomadas de cenas aéreas. Este avião, apelidado "Monstro Psicodélico" foi providencialmente pintado em cores berrantes (verde, laranja e amarelo), com o objetivo de aumentar a sua visibilidade para os pilotos do lado "inglês" e também do lado "alemão".
Como principais consultores técnicos, a produção do filme contratou dois pilotos que haviam lutado, em lados opostos, na Batalha da Inglaterra: O alemão Adolf Galland e o inglês Robert Stanford Tuck.
As cenas aéreas foram filmadas, principalmente, a partir dos aeroportos de Tablada, na Espanha e Tuxford, na Inglaterra, sendo os aviões do "Eixo" manejados por pilotos espanhóis e os aviões da "RAF" por pilotos ingleses.
O resultado desse magnífico esforço e dos 12 milhões de dólares investidos, foi uma superprodução muito bem feita (para a época), que retrata com bastante fidelidade a Batalha da Inglaterra, mostrando o conflito sob vários ângulos: Os alemães, inicialmente cheios de auto-confiança, após expulsarem os ingleses da França; Os pilotos ingleses, exigidos ao máximo, muitos deles inexperientes e em fase de treinamento; As estações de radar e seus operadores, grande parte deles mulheres, desempenhando seu papel com calma e coragem; A população de Londres, massacrada dia após dia pela Blitzkrieg; A tensão e a angústia que os pilotos de ambos os lados experimentavam antes durante e após os combates; O placar diário de aviões derrubados, na contagem, tanto da RAF (transmitida pela BBC, como se fosse o score de uma partida de football aos empolgados Londrinos) como da Luftwaffe.
As cenas de combate aéreo, são empolgantes.
A fita consegue prender a atenção, tanto de entusiastas da Segunda Guerra, entusiastas de aviação como para o público em geral e sua produção acabou contribuindo para preservar várias aeronaves, incluindo um raro exemplar de Spitfire Mk II que estava sendo usado como monumento decorativo na entrada da Base Aérea da RAF em Colerne.
Para o elenco internacional (predominando ingleses e alemães) foram
contratados vários atores e atrizes famosos à época (1969). Muitas
falas do filme são em alemão, com legendas em inglês. A trilha
sonora, por sua vez, também não fica nada a dever.
Curiosidades:
Na mensagem ao final do filme, no reconhecimento à contribuição dos pilotos de fora do Reino Unido uma série de detalhes estão errados: É mencionado um piloto de Israel, um país que não existia até 1947 (Na verdade ele era da Palestina, sob mandato britânico). Também não há qualquer menção aos dois pilotos jamaicanos que tomaram parte na batalha, além de um egípcio e um austríaco. Também esqueceram dos pobres italianos que lutaram e tombaram, com suas aeronaves obsoletas, nas operações em que a Régia Aeronáutica de Benito Mussolini tomou parte, apoiando a Luftwaffe.
Os aviões espanhóis eram todos equipados com motores Rolls-Royce Merlin ingleses. Assim, praticamente todos os aviões do filme, tanto britânicos como alemães, utilizavam o mesmo motor.
Depois do filme, um AH-1112 foi doado ao Luftwaffenmuseum der Bundeswehr (Museu da Força Aérea Alemã), e convertido para o padrão Messerschmitt Bf 109 G-2, com as insígnias do Ás alemão Gustav Rödel.
Modelos grandes de aeronaves rádio-controladas foram utilizados nas filmagens, para aumentar o número de bombardeiros de mergulho Ju 87 Stuka, durante os ataques às estações de radar. Vários aeromodelos de Heinkel He 111 também foram construídos e serviram para retratar a cena de bombardeiros sendo abatidos sobre o Canal da Mancha.
Mais de 60% dos aviões do Comando de Caça da RAF durante a Batalha da Grã-Bretanha eram Hawker Hurricanes. Devido à falta de Hurricanes em condições de vôo, a maior parte das cenas de combate foi realizada com o Supermarine Spitfire. Durante a batalha real, sempre que possível, esquadrões voando Spitfire cuidavam dos caças alemães de escolta, enquanto os Hurricanes atacavam os bombardeiros.
Os produtores conseguiram autorização da RAF, para que um hangar "Belfast", remanescente da Primeira Guerra Mundial, na Base Aérea de Duxford fosse dinamitado e explodido especialmente para uma das seqüências do filme.
Em 2005 o filme foi lançado em DVD no mercado brasileiro, com o exótico título (para dizer o mínimo) "A Batalha Britânica" (?). Um descuido, pois o filme já vinha sendo exibido nos cinemas brasileiros desde 1969 com o título (correto) "Batalha da Inglaterra".
O grande número de aeronaves reunidas para a produção, fez com que a frota do filme fosse considerada a "35º maior força aérea de combate do mundo", à época.
A maioria dos figurantes nas cenas filmadas em East London e na estação de metrô Aldwich eram realmente sobreviventes da Blitz. Alguns dos extras tiveram que ser retirados porque as cenas eram "muito reais" e "trouxeram de volta memórias dolorosas".
Os Spitfires, Hurricanes, Messerschmitts e Heinkels foram repintados em cores autênticas de 1940, e ficaram tão bem camuflados que não podiam ser vistos contra o solo ou o céu. A maioria das cenas aéreas foi filmada com nuvens ao fundo, pois somente assim os aviões poderiam ser vistos.
O especialista em efeitos especiais americano John P. Fulton iria fazer os efeitos especiais para o filme. No entanto, ele morreu na Inglaterra antes do início das filmagens.
Na Batalha da Inglaterra real, outros aviões alemães foram utilizados, principalmente os caças pesados Messerschmitt 110 e bombardeiros Dornier 17 e Junkers 88. Na hora de realizar o filme, não foi possível obter exemplares em condições de vôo dessas aeronaves.
Um livro sobre a realização do filme (Battle of Britain: The Making of a Film), em capa dura e em brochura, escrita por Leonard Mosley, foi publicado em 1969.
Ficha Técnica
Battle of Britain (Inglaterra, 1969) - Batalha da Inglaterra (BR)
Gênero: Guerra, Drama, Ação
Duração: 133 min. / cor (Technicolor)
Diretor: Guy Hamilton
Roteiristas: James Kennaway e Wilfred Greatorex
Produtores: Benjamin Fisz, John Palmer e Harry Saltzman
Trilha Sonora: Ron Goodwin
Elenco:
Commonwealth
Laurence Olivier (Marechal do Ar Sir Hugh Dowding)
Trevor Howard (Vice-Marechal do Ar Sir Keith Park)
Patrick Wymark (Vice-Marechal do Ar Leigh-Mallory)
Christopher Plummer (Lider de Esquadrão Colin Harvey)
Michael Caine (Líder do Esquadrão Canfield)
Ralph Richardson (Embaixador britânico na Suíça)
Robert Shaw (um anônimo Comandante de esquadrão, com a alcunha "capitão" ou "Rabbit Leader")
Susannah York (Oficial de Seção Maggie Harvey, esposa de Colin Harvey)
Ian McShane (Sargento-Piloto Andy)
Kenneth More (Capitão de Grupo Barker, comandante da Estação de Duxford RAF)
Edward Fox (Oficial-Piloto Archie)
Michael Redgrave (Vice-Marechal do Ar Evill)
Alemanha
Curd Jürgens (Barão von Richter, na verdade, ministro das Relações Exteriores Joachim von Ribbentrop)
Hein Riess (Reichsmarschall Hermann Göring)
Manfred Reddemann (Major Falke, um devorador de charutos inspirado no Ás Adolf Galland
Wilfried von Aacken (Gen. Osterkamp)
Karl-Otto Alberty (Gen. Jeschonnek)
Helmut Kircher (Boehm)
Alexander Allerson (Major Brandt)
Paul Neuhaus (Major Boehm)
Dietrich Frauboes (Marechal de Campo Milch)
Malte Pretzel (Coronel Beppo Schmidt)
Alf Jungermann (Navegador do Major Brandt)
Peter Hager (Marechal Albert Kesselring)
Wolf Harnisch (General Fink)
Rolf Stiefel (Adolf Hitler)
Citação:
"Hitler sabe que terá de nos vencer nesta ilha ou perderá a guerra. Se nós conseguirmos resistir a ele, toda a Europa poderá se libertar e a vida no mundo inteiro poderá progredir para situações mais amplas e ensolaradas. Mas, se fracassarmos, o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos, incluindo tudo o que conhecemos e que nos é importante, afundará no abismo de uma nova era de trevas, transformada em algo mais sinistro e talvez até mais desesperado, pelas luzes de uma ciência pervertida. Por esse motivo, vamos aceitar nossos deveres e nos preparar para que, se o Império Britânico e a sua Commonwealth conseguirem existir por mais mil anos, os homens continuem afirmando: - Este foi o seu momento de glória."
Winston Churchill, em seu célebre discurso "Finest Hour", Câmara dos Lordes, Londres, 18 de Junho de 1940.
Vídeo:
Lider de Esquadrão Polonês da RAF, advertindo seus comandados:
- Never! Repeat, never to be used private polish chit-chat!
(Trad: Nunca! Repito, nunca fiquem de bate-papo particular em polonês !)
Assista uma parte do filme.
(Abrindo essa, você terá acesso às demais).
Fontes do artigo:
www.daveswarbirds.com
www.moviemistakes.com
www.imdb.com
en.wikipedia.org
www.ww2f.com
www.battleofbritain1940.net
www.ww2aircraft.net
myweb.tiscali.co.uk/stephenjrobinson/bobfilmforum.htm
Battle of Britain: The Making of a Film, Leonard Mosley, Pan Books, 1969
Good!!!
ResponderExcluirMemorável !!!
Inigualável !!!