segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Dia D - 6 de Junho de 1944

Batalhas

 O Dia D
   6 de Junho de 1944
     D-Day - 06-06-1944

Amanhecer de 6 de Junho de 1944. Ao largo da costa da Normandia, as primeiras levas de soldados desembarcavam para tomar de assalto as praias da França.

Precedendo o desembarque, pára-quedistas e soldados em planadores haviam sido enviados a diversos pontos-chave atrás das linhas inimigas.
Uma sangrenta batalha acabava de começar.

Um longo período de planejamento e preparação havia terminado. De agora em diante, o êxito ou o fracasso de toda a operação repousava nas mãos de milhares de soldados que começavam a desembarcar na França.

Em meio à escuridão, pouco após a meia noite do Dia D, três planadores britânicos se dirigem à costa francesa. A bordo, o Comandante John Howard e seus soldados do corpo aerotransportado de elite preparam-se para o início da perigosa missão: Capturar intacta a ponte “Pégasus”, situada a sete quilômetros de uma das praias de desembarque - Sword.
Dennis Edwards, então um jovem Tenente, nos conta em suas palavras:

"Eu estava literalmente morrendo de medo. Viajava sentado no planador e estava praticamente me desmanchado. Tremia tanto que meus dentes tilintavam e meus joelhos chegavam a bater um no outro. Bem - pensei - aí está a última visão que terei da terra. Provavelmente dentro de uma hora ou duas eu estarei morto.

Acredito que praticamente todos, sem exceção, pensávamos que nos haviam mandado em uma missão suicida. Mas o que nos amedrontava, realmente, era a temida 21ª Divisão Panzer, um grupo muito endurecido pelos combates, estacionada nos arredores de Caen, a uns cem quilômetros da área em que iríamos aterrissar. Disseram-nos que possuíam algo como 350 tanques, e então pensamos – Meu Deus bastam aparecer meia dúzia blindados subindo a estrada e estaremos metidos numa tremenda enrascada!

Eu ia no primeiro planador, e nós nos chocamos contra o solo a aproximadamente cem quilômetros por hora, a somente 43 metros da ponte. Após o pouso e na confusão da escuridão, tive dificuldade em conseguir sair rapidamente do planador, pois a última coisa que as pessoas querem fazer após aterrissar junto à uma ponte fortemente defendida é ficar sentado dentro de um planador de madeira!
Quando, enfim, estávamos todos fora do planador, o Comandante Howard, como era de costume, já estava na parte de cima do canal dizendo: - Vamos rapazes, é agora ou nunca, vamos! E saímos para o ataque, atrás dele. Nos disseram que os alemães haviam plantado cargas explosivas na ponte, e que a explodiriam, caso fosse atacada. Assim, deveríamos executar a missão que nos tinha sido confiada, o mais rápido possível.

O Tenente Danny Brotheridge, líder do nosso pelotão corria pela ponte e nós os seguíamos. Gritávamos feito loucos, fazendo todo o tipo de ruído que podíamos, para assustar os alemães."

O soldado alemão Helmut Rommer, de 17 anos, uma das sentinelas que guardavam a ponte foi o primeiro a ver os pára-quedistas ingleses e logo correu para avisar aos outros, gritando e disparando tiros de sinalizador. Brotheridge então metralhou-o. Ele disparou o que muitos consideram como sendo os primeiros tiros aliados do Dia D.

Segundos depois, ele mesmo seria atingido mortalmente pelas balas de uma metralhadora alemã. Brotheridge, portanto, além de causar a primeira baixa alemã também se convertia na primeira baixa aliada do Dia D.

A data realmente prevista para a invasão era 5 de Junho de 1944, mas devido ao mau tempo o General Eisenhower decidiu esperar até o dia seguinte. Assim, os soldados tiveram de esperar durante 24 longas horas, ansiosos, irritados e enjoados pelo balanço dos barcos no mar. O dia 6 chegou, com o tempo ainda ruim, mas com menos nebulosidade. 

Passados 67 anos do desembarque da Normandia, a operação permanece sendo a maior invasão marítima já realizada, em que mais de três milhões de combatentes dos exércitos norte-americanos e do Commonwealth Britânico, apoiados por tropas da França, Polônia e de outras nacionalidades cruzaram o Canal da Mancha, partindo da Grã-Bretanha, até a Normandia, na França ocupada.

Os desembarques de tropas, a mais crítica, crucial e complicada parte da Operação Overlord, a chamada Operação Neptune, foram o ponto de partida para a fase conclusiva da guerra na Europa, ao abrir uma segunda grande frente ofensiva.
O esforço concentrado dos Aliados em colocar seus exércitos no continente europeu e expulsar os alemães da França visava atingir, na sequência, o coração do Terceiro Reich germânico.

Por que a costa da Normandia, com 80 milhas de extensão foi escolhida pelo Aliados como posição para estabelecer uma cabeça de ponte e abrir o avanço em direção à planície francesa? 

Este pedaço do litoral, compõe-se na sua extensão, em mais de 95% de trechos de praia. E a maré, quando baixa, proporciona faixas de areia de até 500 metros nas praias.
Após a faixa de areia da praia inicia-se outra extensão, com seixos. 

Transpondo-se elevações de 50 metros de altura, geralmente, além da costa chega-se aos campos da Normandia. A partir daí o cenário é composto por campos de relevo montanhoso, entrecortados por sebes, com grandes pradarias, em que se criava gado e se plantavam cereais e maçãs.

Todos os terrenos eram cercados por sebes, muros de pedras empilhadas, cobertas com musgo ou plantações densas de arbustos. As estradas eram precárias. Além disso, esses acessos seguiam o traçado das cercas e muros de pedra. Essa paisagem é conhecida entre os franceses pelo nome de Bocage.
Do ponto de vista militar do exército atacante, a Normandia,  oferecia a vantagem de que as defesas inimigas instaladas nas encostas do litoral poderiam ser facilmente batidas pelos canhões dos vasos de guerra. Eram também, um excelente alvo para bombardeios aéreos.

Para o desembarque foram escolhidas cinco praias da Normandia, de oeste para leste, batizadas com os nomes código Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.
O exército alemão defendia pontos chave nas encostas, em heterogêneas e dispersas fortificações de concreto, equipadas com metralhadoras e artilharia de médio alcance, planejadas para conter o avanço das tropas aliadas nas praias, no determinante momento dos desembarques.

Também havia pontos de artilharia pesada instalados a até 10 km além da costa, comunicando-se por telefones de campanha com postos avançados de observação, posicionados no alto das colinas, logo acima da praia.

Os aliados fizeram todo o tipo de manobras e de contra-informação para convencer a Hitler e a seus comandantes de que a invasão se daria em Calais.
Com a Operação Fortitude, foi montado um grande exército fantasma, supostamente comandado pelo General George Patton. Na verdade barracas vazias, além de  falsos aviões, caminhões, tanques a até barcaças de desembarque, feitos de borracha inflável, madeira e papelão. Providências foram tomadas para se criar um intenso tráfego de rádio simulado para este suposto exército. 

Agente duplos, espiões alemães que passaram para o lado da Inglaterra, no que constituía o chamado Sistema Double Cross, mandavam mensagens para o serviço secreto nazista descrevendo uma falsa movimentação de tropas aliadas na Escócia.
Para confundir ainda mais o inimigo, foram plantadas supostas evidências de que a Noruega seria um segundo objetivo - em mais uma série de transmissões de rádio falsas cujos códigos propositalmente eram mais fáceis de serem quebrados.
Com isso, induziram Hitler a deslocar 13 divisões do Exército, 90 mil homens da Marinha e 60 mil da Luftwaffe, na Noruega – bem longe do verdadeiro ponto de desembarque. Além de tudo, cuidou-se para que a cada missão de bombardeio preparatório realizado na Normandia, fossem feitas duas em Calais.
O objetivo foi plenamente alcançado pelos serviços de inteligência aliada, uma vez que o comando alemão acreditou que havia um grande exército sendo preparado para desembarcar em Calais.

Grande parte das melhores tropas alemãs estava lutando contra os russos na Frente Oriental, ficando na França muitas Divisões formadas por estrangeiros. A maioria ex-prisioneiros de guerra, a quem havia sido dada a opção de lutar pela Alemanha Nazista ou morrer de fome, frio ou doença nos Stalags. Um oficial americano chegou a capturar quatro coreanos que faziam parte de uma divisão do Eixo, em Utah.
 
Essas tropas geralmente eram constituídas por poloneses, russos, croatas, húngaros, romenos, lituanos, ucranianos. Além de franceses, italianos, indianos, africanos e muçulmanos.
A maioria dispostos a se entregarem aos Aliados na primeira oportunidade.
As tropas formadas por alemães, também em vários casos, deixavam a desejar: Muitos eram demasiado velhos ou então muito jovens, geralmente mal treinados e equipados com material capturado, inferior ao alemão.

Apesar disso, espalhadas no meio dessas tropas, havia unidades de elite, como as Divisões Panzer, os Fallschirmjägers (Paraquedistas) e várias Divisões da temida SS, além de diversos combatentes veteranos de outras campanhas.

Como parte do esforço em iludir e enganar o Alto Comando alemão, nos momentos que precederam os deslocamentos de embarcações e aeronaves rumo à costa francesa, aviões aliados lançaram grande quantidade de tiras de papel alumínio, para confundir os radares inimigos em relação ao ponto para o qual rumavam.

O exército aliado, composto por 1 milhão e 750 mil soldados da Inglaterra e Comunidade Britânica, 1 milhão e 500 mil soldados dos EUA e milhares de voluntários de outras nacionalidades, totalizava 3 milhões e 500 mil combatentes e 20 milhões de toneladas de equipamentos.

Os norte-americanos desembarcaram nas praias de Utah, ao sul de Cherbourg, e Omaha, perto da cidade Vierville-sur-Mer. Nesta praia as tropas encontraram muitas dificuldades, sofrendo um número enorme de baixas.
Os britânicos atacaram as praias Gold , Juno e Sword. A praia Sword estava perto do vale do rio Orne, entre o rio Don e o canal de Caen. O General Montgomery foi encarregado de tomar a cidade de Caen no mesmo dia da invasão, mas a sua hesitação custou-lhe um tempo precioso e Caen somente caiu após três semanas de intensos combates.

As tropas britânicas e canadenses saíram-se melhor nos desembarques do que as norte-americanas, mas com pouco progresso no terreno.

Para as divisões aerotransportadas, muitas coisas deram errado: Os aviões de transporte, cujas formações se dispersaram a fim de evitar o pesado fogo antiaéreo alemão, fizeram com que logo após seu lançamento os pára-quedistas se descobrissem espalhados e dispersos por toda a retaguarda inimiga.
Apesar de atrapalhar o plano de ataque aliado, tal fato e o lançamento de falsos bonecos pára-quedistas quase ao mesmo tempo, acabou contribuindo para confundir ainda mais as defesas do Eixo, criando junto aos alemães uma falsa sensação de onipresença de tropas pára-quedistas aliadas.

A Luftwaffe foi varrida da área da invasão, com a destruição da maior parte de suas bases no norte da França, forçando-a a colocar seus (já escassos) aviões no sul daquele país . Também foram intensificados os bombardeios aéreos às cidades da Alemanha, como forma de reduzir a quantidade de aeronaves a disposição da Luftwaffe, nos combates do Dia D.
No dia da invasão, a Força Aérea alemã possuía somente 250 aeronaves na França, e o esquadrão mais próximo da Normandia possuía apenas dois caças operacionais.

Informações completas sobre fortificações alemãs, foram obtidas pelos aliados, com a preciosa ajuda da Resistência Francesa.

Ferrovias foram destruídas em ataques aéreos e com ações de sabotagem dos franceses.

Desde 1941 Hitler já temia um desembarque dos Aliados na costa atlântica francesa, mandando reforçar as defesas costeiras, em especial na área do Canal da Mancha.

Em 1944, Rommel deu ordens para que 20.000 minas fossem plantadas na costa francesa, dos quais apenas pouco mais da metade havia sido colocada até a data da invasão.

Para a batalha, foram mobilizadas enormes quantidades de pessoal e de materiais. Para os navios descarregarem suas cargas, os aliados precisavam de um porto de águas profundas.

Até que instalações portuárias francesas fossem tomadas dos alemães, os britânicos adotaram um invento o sistema de portos Mulberry, consistindo em tanques de concreto rebocados até a costa para serem inundados em sequência, servindo junto com velhos navios mercantes também afundados como cais provisório ou quebra-mar artificial.
O Comando Supremo da operação (SHAEF, na sigla inglesa) coube ao General do exércíto dos EUA, Dwight Eisenhower, e o Comando das Forças Terrestres foi confiado ao General britânico Bernard Montgomery.
Antes de invadir a Europa, Eisenhower redigiu uma mensagem impressa aos milhões e em vários idiomas, para ser entregue a cada soldado aliado que fosse participar da batalha, em que evocava a importância crucial do esforço de cada um naquela grandiosa operação para libertar a França, fazendo triunfar a democracia sobre a ditadura de Hitler e pondo um fim à guerra que se a tanto tempo arrastava na Europa.
No comando das tropas alemãs estava o Marechal Erwin Rommel, que após seu suicídio forçado (por fazer parte da conspiração contra Hitler), foi substituído pelo General Günther von Kluge . Ele também cometeu suicídio e foi substituído pelo General Walter Model, o qual também acabou por tirar a própria vida logo após a derrota alemã na Batalha do Ruhr em 1945.
Se os aliados tivessem falhado, uma segunda investida desse porte só poderia ser tentada somente um ano depois.

Naquela altura, os russos já teriam tomado não somente Berlim, mas avançariam pelo Reno, até o Mar do Norte e o Canal da Mancha.


Talvez a maior parte da Europa viesse a ser libertada por Stálin, saindo das mãos dos nazistas para cair nas garras do comunismo soviético.
E assim aconteceu, em uma úmida terça feira, dia 6 de junho de 1944, quando os exércitos aliados, reunindo 3 milhões e 500 mil soldados, 1.200 navios de guerra, 1.600 navios mercantes, 13.000 aviões e 4.000 veículos de assalto iniciaram sua arremetida final rumo aos portões de entrada que os levariam até o coração do III Reich.

Frases:

"Vocês estão embarcando em uma grande cruzada. Os olhos do mundo estarão sobre vocês."
General Dwight D. Eisenhower

"O inimigo precisa ser aniquilado antes de alcançar nosso campo de batalha. Precisamos detê-lo na água, destruindo todo seu equipamento enquanto ele ainda não está em terra."
Marechal de Campo Erwin Rommel

"Claro, queremos ir para casa. O jeito mais rápido é pegar os bastardos que começaram tudo. E o caminho mais curto é por Berlim e Tóquio. E quando chegarmos a Berlim, vou atirar pessoalmente naquele filho da p... do Hitler."
General George Patton

"No presente momento, ainda é cedo demais para dizer se esse é um ataque diversionário de grande escala ou o próprio esforço principal."
Relatório do Comando Militar Alemão, nas primeiras horas da invasão.

"A grande batalha começou. Depois de tanto conflito, raiva e lamentação, o choque final está aqui."
General Charles De Gaulle

Cabeça de Praia da Normandia
Relato de um correspondente de Guerra

"Cabeça de praia da Normandia, 15 de junho de 1944 - O navio no qual eu rumo para a invasão do continente traz também alguns componentes da segunda leva de tropas de assalto. Chegamos nas águas congestionadas um pouco depois do escurecer do dia D mais um.

A bordo do navio, temíamos secretamente esta viagem, pois esperávamos ataques de U-boats, lanchas torpedeiras e ataques aéreos, contudo, nada disso aconteceu.

Ficamos no mar por muito mais tempo do que normalmente ficaríamos para fazer a jornada da Inglaterra para a França. O comboio no qual viajávamos era um dos vários que compunham o que é conhecido como “força”.

Enquanto descíamos, o Canal estava apinhado de forças rumando nos dois sentidos, e, enquanto escrevo, elas ainda rumam para norte e sul. Caça-minas alargaram as passagens para nosso comboio durante todo o percurso da Inglaterra para a França. Estas passagens eram marcadas com bóias. Cada caminho tinha milhas de largura.

Lá nós víramos, diante de nossos olhos, mais navios do que qualquer humano jamais vira em um só relance. Rumando para o norte, navegavam outros gigantescos comboios, alguns compostos de destróieres e outros navios velozes, que rumavam para a Inglaterra a fim de trazer novas cargas de tropas e equipamentos.

Tão longe quanto sua vista pudesse enxergar em qualquer direção, o oceano estava infestado de navios. Devia existir todo o tipo de embarcação oceânica do mundo ali. Eu até mesmo creio ter visto um vapor de roda de pá à distância, mas acho que era provavelmente uma ilusão.

Havia encouraçados e todos os tipos de vasos de guerra em escolta e patrulha. Havia grandes frotas de “Liberty Ships” Havia frotas de luxuosos transatlânticos transformados em transportes de tropas e frotas de grandes cargueiros e petroleiros. E, de quando em vez, em meio a essa barafunda, avistávamos navios que não conseguíamos descrever: iates convertidos, barcas, rebocadores, chatas. A melhor maneira que encontro para descrever esta vasta armada e a urgência frenética do tráfego é pedir que o leitor visualize o porto de Nova York, no dia mais ocupado do ano e multiplique a cena até que ela tome todo o espectro de visão que o olho humano pode atingir, até a linha do horizonte. E, além do horizonte, ainda haveria dúzias de vezes este número.

Não pudemos desembarcar assim que chegamos à costa de invasão em meio ao grande volume de navios, naquilo que é conhecido como “área de transporte”.

Tudo é altamente organizado em uma invasão, e, cada navio, até mesmo o menor deles, está sempre sob as ordens exatas, mensuradas por minutos. Mas, como nosso comboio foi tão castigado pelos ventos e pelas correntes, acabamos nos adiantando cinco horas no cronograma, apesar do fato de nossas máquinas terem permanecido paradas durante metade do tempo. Gastamos esse tempo circulando.

Embora tenhamos chegado a tempo, eles não estavam prontos para nos receber nas praias e passamos ainda várias horas navegando para lá e para cá entre a multidão de navios próximos à cabeça de praia. Finalmente, depois de muito tempo, recebemos ordens de entrar em fila e aguardar nossa vez.

Nesse momento deu-se a parte mais incongruente da invasão para nós. Aqui estávamos, na primeira fileira de um grande épico militar. Granadas dos encouraçados zuniam sobre nossas cabeças e, ocasionalmente, um cadáver passava pelo nosso navio boiando. Centenas e centenas de navios carregados moviam-se confusamente em torno de nós. Podíamos nos sentar na amurada e ver tanto as nossas granadas, quanto as alemãs, explodindo na praia, onde homens esforçados saltavam para a costa, vadeando desesperadamente e largando armas e equipamentos pelo caminho.

Estávamos no próprio vórtex da guerra e ainda assim, sentávamos lá para esperar. O Tenente Chuck Conick e eu jogávamos buraco nos beliches, enquanto Bing Crosby cantava “Sweet Leilani” pelo sistema de som do navio.

Projéteis acertavam as águas próximas a nós e levantavam colunas de água, que se chocavam contra o casco de nosso navio. Mas em nosso alojamento, homens com máscara contra gases e vestindo salva-vidas sentavam-se, lendo a “Life” e ouvindo a BBC, que nos transmitia notícias de como a guerra, que estava bem debaixo de nossos narizes, progredia.

Mas não era exatamente assim que acontecia em terra. Não, realmente não era nada parecido com um boletim da BBC."

Relato do correspondente Americano Ernie Pyle.
(morto em Okinawa em 1945)

Mensagem aos Combatentes Aliados:

"Aos soldados, marinheiros e pessoal da Aviação da Força Expedicionária Aliada! 

Vocês estão prestes a embarcar na Grande Cruzada, para a qual nós concentramos todas as nossas energias durante muitos meses. Os olhos do mundo vos contemplam. As esperanças e orações de pessoas amantes da liberdade de todos os lugares marcham com vocês. Em sociedade com os nossos aliados corajosos e irmãos de armas em outras frentes, que vão trazer destruição à máquina de guerra alemã, a eliminação da tirania nazista sobre os povos oprimidos da Europa, e a segurança para nós mesmos em um mundo livre .

Sua tarefa não será fácil. Seu inimigo é bem treinado, bem equipado e endurecido pelo combate. Lutará de forma impiedosa.

Mas isto é 1944. Muita coisa aconteceu desde os triunfos nazistas de 1940-1941.

As Nações Unidas têm inflingido uma grande derrota no combate aberto homem a homem. Nosso ofensiva aérea já reduziu seriamente a sua força no ar e a sua capacidade de travar a guerra no terreno.

Nossos “fronts domésticos” nos deram uma superioridade esmagadora de armas e munições de guerra e colocaram à nossa disposição grandes reservas de homens treinados. 

A maré mudou. 

Os homens livres do mundo marcham unidos para a vitória. Tenho plena confiança na sua coragem, devoção ao dever e habilidade em combate. 

Nós não vamos aceitar outra coisa senão a vitória completa. 

Boa sorte, e invoquemos todas as bênçãos de Deus Todo-Poderoso sobre esta grande e nobre missão."

General Dwight D. Eisenhower


Vídeo: Dia D – O que nunca vimos (em espanhol)

Fontes:
www.dday.co.uk
www.army.mil/d-day
www.militaryhistoryonline.com
www.grandesguerras.com.br
www.normandiememoire.com
www.archives.gov
http://chicomiranda.wordpress.com
http://en.wikipedia.org
Livro: O Mais Longo dos Dias -  Cornelius Ryan
Livro: O Dia D 6 de Junho de 1944 – Stephen E. Ambrose

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