domingo, 8 de abril de 2012

A Última Viagem do Wilhelm Gustloff

   HISTÓRIAS
  A Última Viagem do Wilhelm Gustloff
    The Last Voyage of the Wilhelm Gustloff


Todo mundo já leu ou ouviu falar sobre o naufrágio do Titanic (que completou cem anos no dia 15 de Abril de 2012), e muito pouco se fala sobre o afundamento do Wilhelm Gustloff, um desastre marítimo muito maior.


No final de Janeiro de 1945, bem próximo ao fim da Segunda Guerra Mundial, uma multidão de alemães fugia do cerco soviético na Europa Central.

A situação das tropas alemãs na Prússia Oriental havia ficado insustentável.

Enfrentando temperaturas de até 20 graus negativos, a desesperada massa humana, formada na maioria por mulheres e crianças, tentava chegar até a costa do Mar Báltico na expectativa de embarcar em um navio rumo ao Ocidente.

A retirada de civis alemães tornava-se urgente e foi planejada a evacuação por mar (Operação Hannibal) no Navio Recreio Wilhelm Gustloff, partindo do porto de Gotenhafen com milhares de refugiados que se acumulavam pela cidade.
O Wilhelm Gustloff pertencia à Organização Nazista KDF (Força pela Alegria), e era usado para cruzeiros de férias. A exemplo do Titanic, era um enorme navio de passageiros novo (e relativamente luxuoso). 
Força pela Alegria: Símbolo da KDF (Kraft durch Freude
O comando da nave estava ao encargo de Friederich Petersen e Wilhelm Zahn. 

Contava com uma tripulação provisional (apenas para manutenção em funcionamento), pois estava ancorado havia mais de quatro anos, servindo como quartel flutuante no cais.

O navio deixou o porto em 30 de Janeiro de 1945 com aproximadamente nove mil e seiscentos refugiados e mais (quase) mil tripulantes.
Partiu da Baía de Gdansk e contornou seu cabo, tomando curso em uma rota desimpedida por vários caça minas da Kriegsmarine. Ao cair da noite, avistou-se, da ponte de comando, uma outra flotilha de caça minas navegando em sentido contrário, sendo dada ordem para acender as luzes de navegação, um erro fatal.

O submarino russo S13 (capitão Alexander Marinesko) estava na área e avistou as luzes do grande transatlântico.
Marinesko estava respondendo a um inquérito da policia política soviética, o NKVD por faltas e erros absurdos causados por alcoolismo, e viu no “grande navio alemão” que se aproximava, sua esperança de reabilitação.
Ordenou que quatro torpedos fossem preparados e disparados, no primeiro escreveram "Pela Pátria", no segundo, "Por Stálin", no terceiro, "Pelo o povo soviético" e no quarto, "Por Leningrado".

Uma ironia do destino fez com que somente o torpedo Stálin errasse o seu alvo.  Os demais atingiram o navio na proa, abaixo da piscina e a meia nau.
O Wilhelm Gustloff ainda resistiu por 62 minutos antes de ir a pique, às 22h18.

Os passageiros tomados de pânico, não conseguiram soltar a maior parte dos escassos botes salva-vidas, cujas amarras estavam congeladas.
Estima-se, pela confusão nos registros, que de 8 a 9,6 mil pessoas perderam a vida nas águas geladas (no Titanic morreram 1.523, para se ter uma idéia de comparação). Apenas 964 sobreviveram.

Pesquisas recentes indicam que havia no navio 10.582 pessoas, sendo que dos 964 náufragos resgatados ainda com vida, vários vieram a perecer alguns dias após a tragédia.
Das vítimas, cerca de 4.000 eram crianças e adolescentes, além de vários soldados feridos e refugiados de guerra.

Vídeo: Wilhelm Gustloff

Fontes
www.dw.de
www.natvan.com
www.jornalorebate.com.br
www.oceanliners.com
www.wrecksite.eu
http://lambaritalia.blogspot.com.br
http://pt.wikipedia.org

4 comentários:

  1. Terrível crime de Guerra este... terrível matança, onde não pouparam os civis, mulheres e crianças... ambos os lados pagando pelas atrocidades cometidas.
    Que isso nunca mais se repita !

    Excelente post !

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  2. Significativa perda de uma história muito bem ocultada.
    Valeu Alexandre.

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  3. EXCELENTE MESMO, ADORO HISTÓRIAS DE NAVIOS ANTIGOS, ELES FASCINAM A GENTE. tEM HISTÓRIAS DOS OUTROS TRANSAS, PLEASE? VALEU, FUI!

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