domingo, 27 de maio de 2012

Morre o Nazista Klaas Carel Faber


 HISTÓRIAS
   Morre o Nazista Klaas Carel Faber
    "Nazi Klaas Carel Faber dies"

BERLIM – Morreu na quinta feira passada (24 de Maio de 2012) Klaas Carel Faber, um holandês que fugiu para a Alemanha após ser condenado na Holanda por vários crimes de guerra nazistas e que vivia em liberdade, apesar de inúmeras tentativas para tentar extraditá-lo. Ele estava com 90 anos.

A mulher de Faber, Jacoba, disse ao site de notícias holandês “de Nieuwe Pers” que ele morreu em um hospital na quinta-feira. Um funcionário do hospital em Ingolstadt, cidade da Baviera onde os Fabers viviam, confirmou a morte.
Faber, classificado pelo Centro Simon Wiesenthal como o 3 º na lista dos mais procurados criminosos nazistas, foi condenado à morte em Leeuwarden (norte da Holanda) em 1947 pela execução de 22 judeus e por colaborar com a ocupação nazista da Holanda durante a Segunda Guerra Mundial, mas a pena foi comutada por prisão perpétua

Entretanto em 1952, ele escapou da prisão de Breda, oeste de Holanda e fugiu para a Alemanha, onde vivia em liberdade.

Faber se salvou graças a sua cidadania alemã. Autoridades alemãs rejeitaram um pedido da Holanda no ano passado para a sua extradição, tentando aplicar um mandado de detenção europeu.

Em janeiro, o promotor Walter Helmut apresentou um requerimento para que Faber cumprisse sua pena em uma prisão alemã.

Ele disse que um tribunal Estadual em Ingolstadt não teria necessidade de reconsiderar a condenação do processo holandês, mas decidir se acataria o mandado de detenção europeu e decidir se a sentença contra ele poderia ser cumprida na Alemanha.

Faber nasceu na Holanda em 20 de janeiro de 1922.

Promotores holandeses disseram que ele foi condenado por assassinatos em três diferentes locais da Holanda entre 1944 e 1945, incluindo seis no campo de trânsito de Westerbork, para onde foram enviados milhares de judeus holandeses, incluindo Anne Frank , que ficaram internado lá antes de serem enviados para campos de trabalho ou campos de extermínio no leste europeu.
Segundo o Centro Wiesenthal, Faber serviu como voluntário na SS, uma organização paramilitar leal a ideologia nazista, depois que a Alemanha invadiu a Holanda durante a Segunda Guerra Mundial.

Ele também trabalhou para o Sicherheitsdienst, uma agência de inteligência nazista interna, e uma unidade SS de codinome Silbertanne (abeto), formada por 15 homens, a maioria deles holandeses, à qual foram atribuídas represálias por ataques da resistência holandesa a colaboracionistas.

A uma das unidades em que serviu, o Feldmeijer-Kommando também é atribuída a morte de 50 civis holandeses por sua posição "anti-alemã". 
Ele também trabalhou com seu pai, Pieter Faber, um colaborador da ocupação nazista da Holanda, que foi executado em 1948 por crimes de guerra.

A. autoridades holandesas solicitaram sua extradição pela primeira vez em 1954, porém Faber havia obtido cidadania alemã em razão dos serviço prestados para a Alemanha durante a guerra e assim o pedido foi rejeitado porque a Alemanha Ocidental se recusava a extraditar seus próprios cidadãos.
Em 1957 um tribunal em Dusseldorf rejeitou as tentativas para trazê-lo a julgamento na Alemanha, dizendo que não havia provas suficientes contra ele.

Após o fracasso, em 2004, de um pedido holandês para que fosse preso na Alemanha, os promotores de Munique receberam em 2006 novas provas da Holanda e consideraram a reabertura do processo, mas os promotores consideraram que ex-SS pode ter sido responsável pelas mortes (homicídio culposo), mas não poderia ser acusado de homicídio doloso e que a pena do crime em si já havia prescrito.

Em 2010, a Holanda pediu novamente a sua extradição, usando um novo mandado de detenção europeu.

Ele foi novamente rejeitado, pelo entendimento de que ainda seria necessário a extraditá-lo, pois o réu era um cidadão alemão.
Fontes
www.couriermail.com.au
www.volkskrant.nl
www.ultimahora.com
www.usatoday.com
http://actualidad.rt.com

quarta-feira, 23 de maio de 2012

70 anos do primeiro disparo da FAB

  HISTÓRIAS
  70 anos do primeiro disparo da FAB
     "70 years of the FAB's first shot"

Aviação de Patrulha
70 anos do primeiro disparo da FAB em combate na Segunda Guerra.
Segunda Guerra Mundial, litoral brasileiro. Há sete décadas, um bombardeiro B-25 realizava o primeiro ataque da Força Aérea na batalha do Atlântico Sul

O Brasil ainda não estava em guerra contra o nazismo, o Ministério da Aeronáutica contava apenas 15 meses de criação e os Capitães Aviadores Parreiras Horta e Pamplona estavam no meio da formação operacional nos bombardeiros B-25 B Mitchell. 

Entretanto, em uma tarde de 22 de Maio de 1942 eles escreveram seus nomes na história da FAB). E a tinta seriam as bombas lançadas sobre o inimigo.
Quatro dias antes, o navio Comandante Lyra havia sido atacado em águas brasileiras por um submarino italiano, a aproximadamente 330 km de  de Fernando de Noronha. Seria a oitava embarcação do país atingida pelas forças do Eixo.

Danificado por disparos de um torpedo, de bombas incendiárias e de disparos de canhão 100 mm e metralhadoras, o navio não afundou, mas pegou fogo e deixou uma imensa nuvem de fumaça, visível pelo trajeto em que seguiu rebocada até Fortaleza.

A guerra havia chegado à costa brasileira. Cada voo da FAB, mesmo os de treinamento, era realizado com a máxima atenção. Qualquer submarino ou embarcação que não pudesse ser identificada seria considerado hostil.

Bélgica, França, Holanda, Dinamarca, Noruega, Polônia e outros países da Europa, Ásia e África já haviam sucumbido e encontravam-se ocupados pelo Eixo. Crescia a importância estratégica do litoral brasileiro, fundamental para o esforço logístico aliado.

Assim, com todo esse cenário, os pilotos da FAB ao lado de militares da aviação do exército dos Estados Unidos, decolaram para mais uma missão de treinamento. Os brasileiros se revezavam nas funções de navegador e piloto da aeronave em vários trechos da missão.

Até que às 13h57 daquela sexta-feira, dia 22 de maio, um submarino foi avistado. O comandante do B-25, Capitão-Aviador Oswaldo Pamplona, não teve dúvidas e atacou o alvo. Era o batismo de fogo da FAB na Segunda Guerra Mundial.

A decisão rápida do aviador surtiu efeito. O submarino foi pego de surpresa. A 300 metros de altitude, o B-25 sobrevoou a embarcação da proa à popa e lançou 10 bombas de 45 kg. Em segundos, começaram as explosões próximas ao casco. Somente depois do lançamento começou o ininterrupto fogo antiaéreo. A embarcação iniciou uma curva e começou a expelir fumaça dos motores diesel. Enquanto o bombardeiro mantinha contato visual com o alvo e informava o comando sobre o ataque, os disparos do canhão continuavam, até que a aeronave desapareceu nas nuvens. Antes do pouso em Fortaleza, mais aviões já haviam decolado para caçar a ameaça inimiga na costa brasileira, mas o alvo não foi mais encontrado.

O submarino era o Barbarigo, da Regia Marina italiana. Era exatamente o mesmo que havia atacado o Comandante Lyra. Com 73 metros de comprimento, velocidade de até 30 km/h, 2 canhões de 100mm, 4 metralhadoras e 8 tubos para lançamento de torpedos, o Barbarigo foi o primeiro submarino atacado pela Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Até o final conflito no Atlântico Sul, 11 deles foram afundados em cerca de 15 mil missões de patrulha. Um número maior de ataques aconteceu.
A FAB utilizou vários modelos de aeronaves nas missões de defesa da costa brasileira, entre eles o PBY-5 Catalina, A-28 Hudson, PV-1 Ventura e PV-2 Ventura. Mas o B-25 já entrou em operação com fama operacional. O primeiro voo do modelo aconteceu em 1940, já durante a Segunda Guerra Mundial, mas o bombardeiro com as peculiares asas de gaivota invertidas participou do conflito em todas as partes do mundo.
Pouco menos de um mês antes do ataque brasileiro ao submarino Barbarigo, 16 aviões B-25 B americanos fizeram uma das mais famosas missões de bombardeiro na Segunda Guerra. A partir de um porta-aviões, decolaram e atacaram cidades japonesas como uma resposta à ação japonesa em Pearl Harbor, em abril de 1942. O “raide de Doolitle”, como a ação ficou conhecida em homenagem ao comandante da missão, começou a mais de 1.200 km de distância dos alvos, grande parte sobre território hostil, uma prova do longo alcance e dos bombardeiros. O fato é retratado no filme “Pearl Harbor”.

Quando o Capitão Pamplona decidiu atacar a embarcação desconhecida naquele 22 de maio de 1942, os aviadores da FAB estavam no comando de um dos bombardeiros mais modernos então em operação no mundo. O Brasil possuía 6 B-25, que voavam a partir da Base Aérea de Fortaleza no Agrupamento de Aviões de Adaptação, uma unidade criada para treinar os militares brasileiros para os aviões recém-adquiridos.

O Brasil foi o único país da América do Sul a receber esses bombardeiros ainda durante a Segunda Guerra Mundial. Até 1944, trinta B-25 dos modelos B, C, D e J foram recebidos para unidades que cumpriam missões de patrulha marítima, escolta de comboios de navios e treinamento de bombardeio, a partir das Bases Aéreas de Fortaleza, Recife e Natal. Um B-25C, que não foi formalmente transferido para a FAB, foi utilizado na Itália como avião de transporte de apoio ao 1° Grupo de Aviação de Caça, unidade que entrou em combate na Europa em 1944.
Com o fim da Guerra, milhares de aviões dos Estados Unidos ficaram disponíveis para programas de assistência militar, e o Brasil recebeu mais 64 B-25, do modelo J, o mais avançado. Essas aeronaves permaneceram em operação até 1970, tendo operado em esquadrões de bombardeio e até no 1° Grupo de Aviação Embarcada, mas sem pousos ou decolagens a bordo do porta-aviões, servindo apenas como plataforma para treinamento dos pilotos antes do recebimento dos bimotores P-16 Tracker.

Os B-25 também fizeram parte da dotação de esquadrões ainda ativos: o 1°/4° GAV, o 1°/5° GAV, o 2°/5° GAV e o 1°/10° GAV, onde cumpriam as missões de reconhecimento, hoje a cargo dos caças A-1. Já designados CB-25 e sem as metralhadoras de auto-defesa, esses aviões encerraram a carreira na FAB com missões de transporte em apoio a bases aéreas e parques de material de aeronáutica.

Brasil caçou submarinos ao longo da costa
A Segunda Guerra chegou às portas do Brasil em 1942. Em três anos, 71 embarcações foram atacadas em águas brasileiras por submarinos inimigos. No total, o país perdeu mais de 30 navios ao redor do mundo, a maior parte deles no litoral brasileiro. Cerca de 1.500 pessoas morreram. 
Com apenas um ano de criação, e em fase de reestruturação, a Força Aérea Brasileira foi convocada para patrulhar o litoral brasileiro. “A guerra submarina, perversa e implacável, prossegue num crescente vertiginoso”, escreveu Ivo Gastaldoni, piloto de patrulha e veterano da Segunda Guerra.

Em apenas três dias do mês de agosto de 1942, o submarino U-507 alemão afundou seis navios e matou 627 pessoas. Essa seqüência de ataques foi decisiva para que o Brasil declarasse guerra aos países do Eixo, em 22 de agosto.

O Brasil tinha como vizinhos as Guianas Francesa e Holandesa, ambas sob o controle nazista e que serviam como posto de abastecimento de submarinos inimigos. Os navios cargueiros com destino aos Estados Unidos, e de lá para o Brasil, precisavam de escolta aérea e naval.
No esforço de guerra, o Brasil criou novas bases aéreas, recebeu equipamentos e treinamento por meio de um convênio firmado com os Estados Unidos. Unidades Aéreas americanas foram enviadas ao país. Nascia a Aviação de Patrulha.

Fonte

www.fab.mil.br

domingo, 6 de maio de 2012

Heinkel HE-219 resgatado na Dinamarca


  HISTÓRIAS
   Destroços de um Heinkel HE-219 resgatados na Dinamarca
   "Wreckage of a Heinkel HE-219 rescued in Denmark"

Destroços de um caça da Segunda Guerra Mundial são resgatados do mar na Dinamarca.


Destroços enferrujados de um bimotor alemão Heinkel HE-219 da Segunda Guerra, do qual existe apenas um exemplar intacto no mundo, foram resgatados ao largo da costa dinamarquesa, conforme um comunicado do Museu Militar de Aalborg, na quarta-feira, 25/04/2012.

A maior parte dos pedaços da aeronave foram resgatados na segunda-feira, mas em um estado muito precário de conservação, em virtude dos longos anos em que permaneceram nas águas do mar, a pelo menos três metros de profundidade, na baía de Tannis, a oeste da ponta norte da península de Jutland.
"O Heinkel He-219 é um Caça Noturno, uma das aeronaves mais sofisticadas do seu tempo.", disse o presidente da Associação Dinamarquesa de Historiadores da Aviação, Ib Loedsen. "Foi um caçador furtivo que aproveitava a noite para atacar bombardeiros inimigos."
Era equipado com radar e assentos ejetáveis.

Uma cópia desta unidade, a única além dos destroços encontrados em território dinamarquês, está em exibição no Museu do Ar e do Espaço, em Washington, nos EUA.
O Modelo preservado daquele Museu foi encomendado em abril de 1943, possui cockpit pressurizado, medindo 15 metros de comprimento e 18 de largura. O alemães fabricaram cerca de 300 exemplares.

Ele era muito temido pelas aeronaves aliadas, das quais foi responsável pelo abate, em apenas duas semanas (em junho de 1943), de vinte e cinco bombardeiros da RAF, incluindo seis de Havilland "Mosquitos", conforme o site American Museum.
"Os destroços foram descobertos ao largo da costa da Dinamarca em Abril de 2011 graças a uma forte tempestade que atingiu uma parte do avião presa na areia.", disse um dos mergulhadores que trabalharam no resgate dos destroços do avião. 

Um breve histórico da aeronave.

O Uhu (Coruja de Rapina) é considerado por muitos o melhor caça noturno alemão da Segunda Guerra Mundial. Apesar de suas qualidades excepcionais, poucos exemplares foram construídos. 
A Heinkel estava entre as maiores e mais conceituadas fábricas de aviões da Alemanha dos anos 30 e 40. 

Entretanto, o que muitos julgam ter sido uma um certa dose de “má vontade” do RLM (ReichsLuftfahrtMinisterium, Ministério da Aviação do Reich), e de seu todo poderoso General Erhard Milch em relação a companhia Heinkel, atrapalhou o desenvolvimento da aeronave.

A Heinkel continuou a desenvolver e a construir o modelo apesar da falta de encomendas. O projeto do He 219 começou em 1940 como um avião militar multifuncional e somente em fins de 1941 o modelo se tornou um caça noturno “puro” efetuando seu primeiro vôo em Novembro de 1942.

Houve um encomenda de 300 aeronaves He 219A, incluindo as 130 aeronaves He 219A-0 de pré-produção inicial.

Em apenas seis missões de combate, a nova arma abateu 20 bombardeiros da RAF, incluindo seis Mosquitos, uma aeronave inimiga que nunca havia sido abatido durante a noite.

O estrondoso sucesso do Heinkel He 219 levou os pilotos a pediram mais aeronaves. A Heinkel colocou as unidades fabris de Marienehe e Oranienburg a disposição do He 219. Uma produção de 100 aviões por mês estava prevista, mas em razão dos incessantes bombardeios aliados, nunca foi possível passar da cota de 12 aparelhos mensais.

Equipado com o poderoso sistema de radar frontal FuG 220 SN-2 “Lichtenstein”, radares traseiros, antenas de rádio sofisticadas, assentos ejetáveis e o terrível canhão de 30 mm instalado a ré da cabine, atirando em um ângulo de 180 graus - “Schräge Musik” (Música Oblíqua, o termo com que os alemães então denominavam o Jazz americano, por seu ritmo frenético).

Foi uma aeronave que poderia ter causado um considerável estrago nas forças de bombardeiros noturnos dos aliados, se as intrigas políticas não tivessem sufocado seu desenvolvimento.


Especificações (He 219 A-5)

Classe: Caça Noturno Bimotor

Tripulação........................... 2 homens
Comprimento.......................... 16,34 m 
Envergadura.......................... 18,50 m.
Altura............................... 4,15 m.
Peso vazio........................... 8.350 kg.
Peso Carregado....................... 15.150 kg.
Velocidade máxima.................... 615 km./h.
Teto de serviço...................... 9.800 m.
Alcance Normal....................... 2.850 Km.

Motor:
2 DB 603E de 12 cilindros em V invertido (1.900 hp)

Armamento:
2 MG151 de 20 mm montado numa célula ventral
2 MG151 nas asas
2 MK108 de 30 mm posição dorso/traseira - ângulo de 65º (Schräge Musik)

Vídeo Heinkel He 219 "Uhu"
Fontes

http://guerra-abierta.blogspot.com.es/
www.diasdehistoria.com.ar
www.7sur7.be
www.infobae.com
www.thelocal.de
www.luftwaffe39-45.historia.nom.br